Quero ouvir a voz que me falta (Um ligeiro canto de Carlos Paiva. Escrevo por ele, pois neste momento ele se encontra muito ocupado)
Meu senhor, eis-me aqui
Sou só este canto
Frágil e torto
Atravessado por medos e
desencantos.
Mas quando bateste o címbalo
Meu coração que era pedra
Se liquefez no teu eco.
Minha indigente melodia
Encontra tua palavra santa
A alma se levanta com a orquestra.
Non nobis, Domine, non nobis, sed
Nomini Tuo da Gloriam.
Criador
Senhor das horas e do calor
Anseio por teu amor.
Aqui, agora, sei que sou e existo
Para além do tempo e do espaço
Pois posso expressar meu diminuto
canto
Porque me deste esta voz
eterna.
E no mundo, que já não me
pertence
A voz da frágil criatura que aparei
ali
Ecoa o meu canto de saudade e tanto, tanto amor!
Que quanto mais dói de não ver
nem tocar
Mais cresce em esperança na tua promessa.
Promessa que não se dissolve nas
trocas perecíveis da carne
Promessa que escorre para dentro de tudo o
que vive...
Com força de vaga atrevida que lava
E preenche todo o vazio.
Non nobis, Domine, non nobis, sed
Nomini Tuo da Gloriam.
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