Jornada Vertiginosa pelas Horas do Tempo
Na profunda coisa levo minhas
mãos
Despejo a alma lívida e combalida
Como os elementos
Que não invocam nomes para si
E ainda assim se impõem
Rasgando os dias e as noites
Resguardo quimeras
Esquivando do açoite
Obstinado em não acabar
Corrompo as prosaicas horas
Escorrendo fleuma
Vertendo alguma cor
O mundo em trânsito
Limitado por horríveis arestas
Que esquentam aquele lodo parado
Neste lugar
O que existe é inacabado
Aos pedaços
Vivendo de assombro
E sofreguidão cravada
Derramo mais uma vez, num bailado
Sem ser só eu
Sou também o outro, em par
Infinitamente maior, impregnado
Ouso apuro delicado em tua
direção
Meu conluiado, meu igual!
Me atrevo a te enxergar
E a limpar tuas alquebradas asas
Duro e seco, como eu!
Sujo e descorado, como eu!
Germinando do árido chão, como
eu!
Precipitando nos corpos animados
Para fazer o amor, como eu!
A trama de nossas mãos,
entretidas no salto
Salto sobre os escarpados
Pensa na profundeza das vagas
Que se abalam no inexplicável
oceano
A orquestra se levanta
E levantamos com ela
Dissolvendo em som
Fé despudorada
No voo de deuses
Assentando no ar, pairando
Sobre o elevado indistinto
De só bem quer
Que estranha fé... A minha, a tua?
Despedaçando assim a argamassa
Da razão?
Subvertendo aquela inerte lógica?
Subvertendo aquela inerte lógica?
3 Comments
Q blz!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirque bonito! também me levanto com essa orquestra..
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